10 de setembro de 2010

Irmão caçula

Atire a primeira pedra quem nunca se desesperou quando sua mãe disse:

- Você vai ter um irmãozinho!
- Eu?
- É. Não é maravilhoso?

Ô! Alguém para dividir meu quarto. Meus brinquedos. Meus pais. Sem contar nos milhares de presentes que eu deixarei de ganhar graças a ele. Realmente, que maravilha.

Eu não estou sendo egoísta, mas convenhamos: quem é que vai levar toda a culpa por tudo o que acontecer a partir de agora? É você, meu querido irmão mais velho, afinal você é o responsável por você e pelo pestinha.

Tudo começa com aquele primeiro xixi na sua cara, depois a primeira mordida do primeiro dentinho que naturalmente será em você. E quando ele começa a andar. Fica seguindo seus passos e quer ir aonde você vai, se você não deixa, ele chora e sua mãe grita lá da cozinha:

- Não vai sair não. Se não Fernandinho vai chorar.

Essa é boa, agora você tem sua vida controlada por um moleque que só sabe babar, balbuciar e bagunçar, o seu quarto é claro.

O pior mesmo é quando chega o fim de semana, ele acorda antes do que todo mundo e não sossega até você acordar também, aí fica no pé da sua porta lhe chamando pelo nome, até sua mãe abrir a porta.

Então ele se dirige para sua cama, olha bem para o seu rosto adormecido, mete a mão na sua cara, e não é qualquer mãozinha não, é “A Tapa”, ninguém faz igual. Você acorda atordoado, ele sai correndo, você sai correndo atrás dele, a peste se esconde atrás da mãe e ela, é obvio te ameaça.

O que te resta é ir escovar os dentes, olhar para o espelho e ver no seu rosto a marca dos cinco dedinhos em altíssima definição.

Nada que você não possa se vingar mais tarde, quando vocês dois estiverem a sós assistindo televisão.

Por Hévilla Wanderley

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