12 de junho de 2010

O Pastor

Sabe aqueles dias em que nada dá certo? Todo mundo já passou por isso.
Roberta perdeu o emprego numa semana e na outra descobriu que o namorado enfeitava sua cabeça. Vida difícil, sem emprego e sem namorado ainda tinha que voltar para casa de ônibus. E quem anda de ônibus sabe que as piores experiências de nossa vida, passam naquele enlatado.
Sentada na janela olhando a cidade passar com a velocidade do ônibus, Roberta pensava na vida, distraída com os seus problemas, nem viu quando um homem de terno e gravata se sentou ao seu lado, só reparou mesmo quando ele começou a falar.

– Porque Jesus disse: “Tudo passará, mas a minha palavra será sempre firme como uma rocha”. O fim dos dias está chegando, as evidencias estão aí e ninguém pode negar. Irmãos e irmãs vejam o que está diante de seus olhos. As guerras, a fome, as pestilências...

Era só o que faltava, o dia não estava ruim o suficiente para acabar daquela maneira, tudo o que ela mais queria era chegar em casa, tomar uma ducha e ir dormir, não sentia fome, mas uma raiva súbita do pastor começava a crescer dentro dela.

– Terremotos, descomedido amor ao dinheiro, amor aos prazeres da carne, sem contar que ninguém leva a sério as provas que os últimos dias estão chegando. Mas irmãos e irmãs Deus não lhes abandonará...

O pastor falava sem parar, resolveu citar a bíblia todinha ali, do lado de Roberta, que não podendo mais agüentar resolveu dar um basta naquela situação.

– Deus preparou um lugar especial para todos nós, e no dia do juízo final...
– Escuta aqui. –começou ela – Sabia que nem todo mundo quer escutar o que o senhor tem a dizer?

O pastor escutou o que Roberta falara com muito espanto, como se nunca tivesse sido interrompido antes. Recuperado do susto, mas agora chateado ele falou:

– A senhora é muito mal educada.
– Eu? É muito engraçado, a gente vem cansada, louca pra chegar em casa e ainda tem que agüentar esse monte de baboseira de que o mundo vai se acabar. Até aonde eu sei, faz tempo que o mundo tá pra acabar, seria melhor que acabasse de uma vez, pelo menos eu não teria que ficar ouvindo essas besteiras.
– Blasfêmia, blasfêmia contra a Palavra do Senhor! Você não será salva, irmã, a não ser que queira, mas eu sei que Deus está disposto a lhe perdoar e perdoar todos os seus pecados é só você se arrepender.

A briga dos dois tinha virado a atração principal do ônibus, até o cobrador olhava de longe para ver no que ia acontecer, o motorista apenas escutava de onde estava.

– Era só o que me faltava, um maluco bem aqui do meu lado.
– Muitos serão considerados malucos, porque no mundo onde se vive hoje ninguém mais acredita na palavra e quem acredita não é levado a sério, mas Deus sabe e conhece o coração de todo mundo...
– Isso só pode ser castigo, eu devo ter jogado pedra na cruz numa vida passada.
– Não existe vida passada. – Retrucou o pastor. – E tenho certeza que quem me colocou do seu lado hoje neste ônibus – dizia ele, apontando o dedo para cima e o sacudindo, na outra mão ele segurava a bíblia que às vezes abria e depois fechava – foi Deus. Deus me colocou ao seu lado, minha irmã, e sabe por quê?
– Não, por quê? – Indagou ela, com visível desinteresse.
– Porque só Ele sabe as dores que te afligem, só Ele sabe o que passa dentro de ti e só Ele pode te dá o conforte que você precisa. Ninguém mais. Por isso eu lhe pergunto irmã: Tem algo lhe afligindo?

Roberta pensou um pouco, suspirou fundo e disse:

– Tem sim. – Disse aos prantos. – A minha vida, a minha vida não vale nada, eu sempre perco as coisas que eu amo, meu namorado, meu emprego, tudinho.
– Então dê graças pelo que você perde irmã, porque Deus lhe dará em dobro.
– Ah é?
– É claro, porque só Deus te ama de verdade. Mas para isso você precisa aceitar Jesus. Você aceita Jesus, irmã? – Gritou ele.

Dentro do ônibus o silêncio era total, todas aguardavam a resposta, todos queriam saber se ela aceitaria ou não, era uma proposta difícil, mas quem sabe? Era algo que só dependia dela. Ela abriu a boca devagarzinho e todos seguraram a respiração, mas ela fechou novamente sem falar nada, todos soltaram à respiração. Mais uma vez ela abriu a boca.

– Sim, eu aceito Jesus. – Disse ela para a vibração de todos que aguardavam ansiosamente, muitos tinham se levantado, a maioria batia palma, alguns se abraçavam, outros gritavam viva.
– Não ouvi, mais alto: você aceita Jesus irmã?
– Sim, eu aceito. – Gritou ela
– Muito bem, então tome este cartãozinho é onde fica a minha igreja, estarei esperando por você. – Ela pegou o cartão e o guardou na sua bolsa.

O final da viagem seguiu tranqüila e silenciosa, o pastor após ter convertido Roberta parecia satisfeito e não falara mais nada para alivio e alegria do restante dos passageiros que tinham feito uma corrente para que ele convertesse alguém e calasse a boca, só assim seguiria viagem em silêncio, afinal estavam todos cansados e só queriam chegar em casa logo.

Por Hévilla Wanderley

Em dia de goleiro não há goleadas


O segundo dia de jogos começou bem cedo, Coréia do Sul e Grécia entraram em campo às 8h30 (horário de Brasília) para jogarem a pior partida até aqui, não que já se tenha muitos jogos, mas isso não isenta a pontaria ruim dos coreanos, apesar de ser uma equipe até arrumadinha, e a péssima defesa da Grécia. Esta última nunca marcou um gol em copas do mundo, e pelo que parece, continua tentando o mesmo neste Mundial.

Por isso mesmo a Coréia venceu sem grandes dificuldades. 2 a 0 foi o placar final do jogo. Os gols foram marcados aos 7 minutos do primeiro e do segundo tempo, o último marcado pelo “craque” do time, Ji-Sung Park, jogador do Manchester United.
Este placar deu à Coréia a ponta do grupo B, já que a principal candidata para liderança, a seleção argentina, ganhou da Nigéria com um magro 1 a 0. O melhor jogo da copa até aqui contou com muitas chances de gol, 29 no total, 20 para os hermanos, no qual sete foram diretos no gol.

Messi, atual melhor jogador do mundo foi quem mais brilhou pela Argentina: driblou, chutou a gol e se movimentou como só faz no Barcelona, quer dizer, ainda não tem bem como no Barcelona, mas já é um começo para amenizar um pouco as criticas que são feitas por causa da diferença do seu desempenho nas duas equipes. Mas, e sempre tem um mas, hoje foi dia de Enyeama. O goleiro nigeriano fez defesas inacreditáveis, parou o craque argentino como poucos fizeram essa temporada, ou seja, só Julio César.

Porém o que Messi não conseguiu insistentemente fazer, Heinze o fez e de cabeça. Aos 6 minutos do primeiro tempo o "gringo sagrado", como é chamado carinhosamente em seu país marcou o único gol do jogo.

Para terminar o dia, aconteceu o primeiro jogo do grupo C, que foi entre Inglaterra e Estados Unidos. Com ameaças de Al Qaeda de um ataque terrorista, o jogo teve a segurança mais reforçada da competição. Mas felizmente nada aconteceu. Fora de campo, porque dentro...

A Inglaterra abriu o placar logo aos 4 minutos do primeiro tempo, Rooney, passou para Heskey, que tocou para Gerrard, e o capitão do English Team concluiu depois desta bela triangulação. Os norte-americanos montaram um paredão na defesa, ficaram mais tempo com a posse de bola e usaram as bolas levantadas na área como principal arma de ataque.

Mas o empate não veio da cabeça, e por ironia, nem dos pés de nenhum jogador dos Estados Unidos, mas das belas mãos do goleiro inglês Robert Green. Se for verdade o que o ditado diz, “o primeiro frangaço da copa a gente nunca esquece”, principalmente se este for o motivo para a não vitória de sua equipe.

Os últimos 45 minutos começaram e terminaram de forma bem equilibrada, a Inglaterra chegou a ocupar o campo adversário no começo, depois o jogador americano Altidore acertou um balaço na trave de Green, provando que algumas traves são mais competentes do que certos goleiros. E bem no finzinho, o time da terra da rainha ainda conseguiu chegar com perigo na área adversária, mas parou na competência do goleiro americano Howard, provando que hoje foi o dia dos goleiros e não das goleadas.

Por Hévilla Wanderley

11 de junho de 2010

Um equilíbrio espetacular

Depois de quatro anos espera, o mundo volta a parar e se concentrar no maior torneio de seleções do planeta. Exatamente, a Copa do Mundo de Futebol começou. Parece estúpido repetir o que todo mundo sabe, afinal, se você não saiu do planeta nos últimos meses, com certeza está ciente disso, de que todos os olhos estão e estarão voltados para o continente africano durante este mês, mas precisamente, o extremo sul da África.

México, equipe mais técnica que a sul-africana, porém com torcida menor

E por falar em África, em futebol, por que não incluir o México nessa conversa e também o jogo de abertura? Foi um bom jogo, dentro do esperado, nem mais, nem menos. Duas equipes equilibradas, o México até conta com jogadores mais técnicos do que a África do Sul, mas esta conta com mais torcida e “vuvuzelas” do que o México.

O primeiro tempo começou com total domínio do México, com toques precisos, marcação na saída de bola e quando possível, rapidez no contra-ataque. Giovani dos Santos foi o principal nome do time, o ponta direita além de se movimentar bastante durante o jogo, principalmente no primeiro tempo, ainda fez cinco desarmes. Nos primeiros minutos a África chegava raramente ao ataque e quase não apresentava riscos. O jogo só se tornou mais equilibrado depois dos trinta minutos iniciais.

Com o jogo mais movimentado, os jogadores sul-africanos começaram a se destacar Dikgacoi (nome fácil de pronunciar) do Fulhan, na saída de bola e Pienaar do Everton na armação das jogadas, fazendo o desempenho da África melhorar, mas não o suficiente. Somente no finalzinho do primeiro tempo a seleção sul-africana coloca pressão na equipe mexicana ao cobrar uma série de escanteios.

O começo do segundo tempo o jogo se tornou mais equilibrado e com mais espaços, os dois times já não estavam tão cautelosos, nem tão ansiosos como aparentavam no primeiro tempo. Principalmente a África do Sul, que antes acuada pelo México, foi ao ataque sem medo. E para a alegria do técnico Parreira, abriu o placar aos oito minutos com Tshabalala (não vou implicar com esse nome porque eu consigo pronunciá-lo). O México voltou a pressionar, mas sem a mesma velocidade e precisão do primeiro tempo, a África do Sul era mais perigosa e ainda desperdiçou duas chances de gol.

O mesmo não fez Rafa Marquez do México, após um cruzamento na área aos 32 minutos, o zagueiro dominou e mandou a bola para o fundo das redes, igualando o placar e calando as vuvuzelas, a África ainda perdeu a chance de vencer com Mphela no finalzinho do jogo, mas terminou assim mesmo, empatado em 1 a 1.

África do Sul, anfitriã da Copa este ano

Mas África do Sul e México não fizeram o único jogo do dia, ainda abrindo a primeira rodada, o Uruguai dos Diegos Forlan e Lugano, estreou hoje contra a nossa querida França, sempre lembrada pelas vitórias em cima do Brasil, pela mão classificatória do Henry e de vez em quando, pelo futebol, que convenhamos, de uns tempos para cá é tão bom como a sanidade do seu treinador Domenech.

O segundo jogo do dia começou mais movimentado e aberto do que o primeiro. Quem esperava uma França muito desorganizada, viu uma seleção com mais volume de jogo do que o habitual e criando as melhores oportunidades da partida. No meio do segundo tempo os dois times buscaram mais o ataque, o que obrigou os seus goleiros a fazerem grandes defesas. O Uruguai passou a maior parte do tempo se defendendo e tentando sair no contra-ataque.

No segundo tempo, a partida foi mais truncada, o jogo se desenvolveu no meio de campo, ou melhor dizendo: não se desenvolveu, parou no meio de campo. O jogo por alguns minutos pareceu que seria melhor do que o primeiro, mas os indícios eram falsos, como um falso profeta. E o Saldo: muitas faltas, muitos cartões amarelos e uma expulsão. Lodeiro foi exatamente aquele jogador que entra no segundo tempo, só para ser expulso, passou cerca de 18 minutos em campo. Ele tinha entrado no lugar de Gonzalez, jogador premiado com promoção: Assista ao jogo dentro de campo!

Mesmo com a expulsão, o jogo não melhorou, ficou pior. O Uruguai se fechou inteiro e a França usou como recurso bolas alçadas na área e também a bola parada. Mas nada que tirasse o 0 a 0 do placar.

O primeiro dia da copa começou como o esperado, o grupo mais equilibrado na teoria, provou que também o é na prática. Agora só nos resta esperar os outros jogos, os outros grupos e torcer, não por um time em especial, mas pelo pobre bom futebol, que ele apareça logo.

Por Hévilla Wanderley

Cássio Cunha Lima - Candidatura rejeitada até pela natureza!

A maré da má fase continua perseguindo o ex-governador da Paraíba, Cassio Cunha Lima. Na última sexta-feira (4), durante uma entrevista para a TV UOL, o qual falava às vésperas da abertura do São João de Campina Grande, "O Maior São João do Mundo", um raio atingiu a rádio Campina FM 93,1, e interrompe a entrevista do ex-governador. Passado o susto, o ex-governador paraibano continuou sua entrevista e, ainda no escuro, a TV UOL conversou também com pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.

A parte mais engraçada de tudo isso foi como a equipe da rádio encarou o imprevisto com bom humor e anunciou: "é o pipoco de São João!", mesmo com o prejuízo estimado em R$ 20 mil reais.

Veja o vídeo



Por: Alberto Adonias
Créditos: ClickPb

10 de junho de 2010

Projeto IRRADIAR



Em julho, na Estação Energisa, em João Pessoa, acontecerá o Projeto IRRADIAR, realizado pelo grupo Tempo Glauber. Já tendo passado por vários estados brasileiros, o projeto chega à capital paraibana com cinco oficinas, que têm como objetivo dar base e treinamento a escritores, cineastas e estudantes de audiovisual.

Tem o apoio do Ministério da Cultura, a principal meta é democratizar o conhecimento na área do audiovisual para o público em geral, através de palestras envolvendo roteiro e produção de conteúdos da área.

Para mais informações e inscrição, acesse o hotsite, na imagem abaixo.

Vagas limitadas.
E aí, vai perder essa?

Por Equipe Influenza