26 de março de 2010

BBB10: Big Barracos Brasileiros

"Caricatura de Pedro Bial, por Chico Caruso"


Que o BBB se enquadra na categoria entretenimento todos sabemos, só não se sabe ao certo se o reality realmente tem a intenção de seguir o estilo de programas como Casos de Família. É fato que com o acontecimento de diversas brigas dentro da casa, ele não se distancia dos demais programas que chegam até a divertir seus telespectadores com tantas baixarias.

Nunca antes em uma edição do Big Brother os participantes se empolgaram tanto ao falar suas “verdades”, esquecendo que o público do reality não é composto apenas por adultos, mesmo quando, tecnicamente, isso não deveria acontecer. Não se pode esperar muito de um programa onde seu apresentador sente-se totalmente à vontade para falar sobre assuntos que não caberiam no seu horário de transmissão. Frases como: “Você é ativo ou passivo?”, relacionada a um ex-participante gay, faz parte do arsenal do apresentador Pedro Bial.

Acredito que existem certos comentários “dispensáveis”, como é o caso desse que citei ainda há pouco. Não se trata de censura e sim de bom senso. Em um país no qual a televisão “ajuda” a educar a população, deve-se ter cuidado com o conteúdo que é exibido nela. Talvez, seja à hora certa para o Big Brother Brasil sair de cena, antes que esse formato que encantou o público durante dez anos fique ainda mais saturado.

Por: Taty Carvalho (@tatycarvalho1)

Qual é o nome daquela ilha mesmo?



Qualquer ser humano vivente na civilização tem conhecimento da super cobertura do terremoto no Haiti pela mídia. A tragédia ocorreu em 12 de janeiro, causando comoção mundial e recebeu atenção geral dos veículos de comunicação, gerando uma onda de solidariedade em volta do pequeno país. Governos organizaram ações militares, ONG's e celebridades realizaram eventos beneficentes e inúmeras doações foram feitas para ajudar os sobreviventes em estado de calamidade.

Dois meses depois, no entanto, a história é outra. O Haiti já não é mais novidade e, por conseguinte, não é tratado como tal. O acontecimento foi esquecido e outras manchetes tomaram seu lugar nos jornais. Porém, apesar dos esforços, a situação no Haiti não tem apresentado melhoras.

Segundo o jornal americano The New York Times, a carência de abrigo vem causando um surto de estupro e assédio sexual que passa impune, uma vez que a segurança é praticamente inexistente, principalmente após o anoitecer. Além disso, as chuvas constantes causam alagamento, destroem barracas e tendas e tornam ainda mais difíceis tarefas como estocar comida, lavar roupas e manter a higiene pessoal. O governo procura espaço para construir abrigos, por enquanto sem sucesso.

A calamidade da situação é agravada pela falta de esforços, que vem diminuindo gradativamente, assim como a falta de interesse pelo assunto. Hoje, nenhuma página nos maiores portais de imprensa, no Brasil ou não, traz notícias sobre o Haiti. No máximo, uma postagem num blog afiliado ou uma matéria sobre a visita do ex-presidente estadunidense George Bush. Mas nada substancial.

O fato é que a rapidez com que a imprensa trata os assuntos acaba ofuscando a importância dos mesmos, dando lugar ao descaso que se instala na população. A indignação com a destruição de um país é logo substituída por algo mais absurdo, mais divertido e mais prazeroso, como se a tragédia alheia fosse apenas uma ficção ou já tivesse tomado bastante do nosso tempo - afinal, o país destruído é deles, não meu.

A herança que levamos é a negligência e, no fim das contas, o saldo da tragédia é muito maior que milhares de mortos.


Por Kill