19 de maio de 2010

Política estudantil: quem paga somos nós


Há algumas semanas, nós, estudantes da UFPB, estamos passando por uma situação nada agradável. O nosso Diretório Central Dos Estudantes, ocupado por membros de uma chapa oposta à do DCE vigente, está sem dono. Ele é responsável por nossas solicitações de carteiras de estudante. Os alunos que fizeram as carteirinhas logo na primeira remessa receberam as mesmas tranquilamente, entretanto, a segunda leva continua em um impasse. Devido a esse protesto, seguido de ocupação, as carteiras de estudante da segunda remessa foram levadas do DCE, o que está dificultando bastante sua distribuição. Os alunos que entram no segundo período do ano, que em teoria fariam a terceira remessa, têm um destino incerto, pois esta só poderia ser feita após a eleição de uma nova direção do DCE.

Para esclarecer esta situação, é preciso falar um pouco da política da UFPB. Esse post não tem a mínima intenção de tomar partido de nenhuma das causas, ou apontar "o lado certo", afinal, ninguém está completamente certo ou errado em nada nesta vida. A atual gestão do DCE deveria ter encerrado as suas atividades há dois meses, entretanto, alguns membros da chapa que já estavam com o mandato encerrado ainda ocupavam o diretório, sob a justificativa de gerir a transição de chapas. Porém, devido às sérias acusações de desvio de verbas das carteiras de estudante, contabilizadas em 90 mil reais, o grupo concorrente decidiu fazer um protesto, seguido da ocupação do DCE, findando em violência generalizada, câmeras quebradas e um aluno ferido.

É preciso um pouco de reflexão antes de se realizar um ato tão imprudente quanto este. Uma ocupação, por mais que fosse pacífica, geraria violência pela parte antagônica. Além disso, que benefícios esse movimento traria para os estudantes? A situação de desvio de verbas com certeza nos prejudicava, porém agora estamos sem as carteiras e sem 90 mil reais. Claro que não preciso me estender sobre a situação irregular do DCE e o desvio de verbas.

O que este texto tenta expressar é apenas a indignação por parte de uma grande parcela de estudantes que está sendo prejudicada por interesses que às vezes chegam a ser pessoais. Ao assumir postos de representação estudantil esperamos que nossos interesses sejam atendidos. Nesse ínterim, estamos não só pagando inteira, como pagando o pato.

Por André Luiz Maia (@AndreLML)

3 comentários:

  1. Bem André, bom texto e realmente nao toma partido.

    já fui presidente de gremio estudantil (secundarista) e militante de partido político, não sei se sou mais justamente por bater tanto em ponta de faca e não intorta-la, apenas me furar.
    escrevi algo sobre o movimento estudantil no meu blog. aponto alguns fatores que contribuem de certa forma para essa confusão que se forma junto aos DCEs e outras entidades, porém, um outro grande problema eu não citei.

    certamente, a apatia por política da esmagadora maioria dos estudantes, nao se preocupando, inclusive, com o que acontece nos CAs e no próprio DCE, também é fator determinante para que os caras façam o que fazem.

    Parabéns pelo blog

    ResponderExcluir
  2. Acho que estamos em harmonia no quesito opinião.

    Eu fico abismada com o com o nível em que nossa sociedade universitária se encontra. É um jogo asqueroso (!) de interesses próprios. A vaidade lateja visivelmente em ambas as partes dessa luta, e isso apodrece o movimento estudantil. São ambas as atitudes hipócritas.

    Acho que diante disso, torna-se extremamente necessário um movimento político LIMPO, livre ao máximo de corrupção e vaidade. E como eu, assumidamente, não tenho o menor gosto por política, me abstenho de lutar por qualquer coisa. Universidade? Pra mim significa estudar e desenvolver projetos. Mas sem esse mi mi mi de aparecer, que ninguém merece ¬¬’

    ResponderExcluir
  3. Nossa!! Que situação!! E o pior é o descaso que a direção deve estar fazendo! Graças a Deus a daqui da UTFPR tá tudo certo!!

    Parabén pelo texto!! XD

    ResponderExcluir